O que esperamos que as pessoas entendam é que um bom projeto de design pensa em todas as etapas, desde a criação até a entrega do produto final com um único objetivo: reduzir impactos (financeiros, ambientais e de prazos).
Ao se pensar num projeto que envolva produção industrial, é muito comum que os clientes não questionem os valores cobrados pelas indústrias (mais concretos), mas fiquem constrangidos com os valores cobrados pelo serviço de design (mais subjetivos).
O que esperamos que as pessoas entendam é que um bom projeto de design pensa em todas as etapas, desde a criação até a entrega do produto final com um único objetivo: reduzir impactos (financeiros, ambientais e de prazos).
Por muitos anos, foi prática no mercado designers não cobrarem por seus projetos e serem remunerados por comissões dos fornecedores envolvidos. Acreditamos que isso tenha ajudado a sedimentar esse pensamento equivocado a respeito do custo do design e somos absolutamente contrários a essa prática. Por vários motivos. O principal é que precisamos ter autonomia para cobrar dos fornecedores caso o resultado final não seja satisfatório. Como fazer isso tendo uma relação de dependência financeira com o fornecedor? Definitivamente, não dá. Também precisamos garantir o menor custo de produção para nossos clientes. Como fazer isso onerando os custos com comissões mascaradas?
No trabalho que fizemos para o Hotel Grand Hyatt no Rio de Janeiro isso ficou bastante claro. Na etapa de desenvolvimento do projeto, que envolveu pesquisa de material e de fornecedores, conseguimos reduzir para quase 50% o budget que o cliente tinha para produção. Assim, mostramos o quão justo era o valor que havíamos cobrado pelo design.
O design não é eficiente apenas em projetos de custos elevados. Ele faz toda a diferença em projetos menores também. O professor Gilmar de Melo Mendes quis transformar em livro o seu curso de gestão para executivos, que estava em um arquivo de Word de 500 páginas. A referência de custo que ele tinha para o projeto era o cobrado pelas gráficas (entre R$ 19.500 e R$ 27 mil)
Quando a Refinaria Design entrou em ação, fizemos a diagramação toda do livro. A fonte aumentou, a leitura ficou mais arejada. Deixamos os gráficos mais simples e acessíveis. A capa, que era brochura, passou a ser capa dura. Colocamos uma lombada costurada para valorizar o livro, que no final passou a ter 384 páginas. Com todas essas mudanças, o custo de produção na gráfica baixou para incríveis R$ 11.5 mil. A Refinaria ainda incluiu um serviço de revisão do livro. E o valor total do projeto saiu pelo mesmo preço do orçamento mais barato que Gilmar havia feito antes, quando o projeto ainda não tinha design nem revisão e muito menos capa dura.
Bom, bonito e barato: só se for com design.